terça-feira, 24 de agosto de 2010

Paixões

Estava eu, parado no mesmo lugar, aguardando ansioso para encontrar o meu amor. Já fazia alguns dias que as aulas haviam começado e ela ainda não aparecera até então.
Geralmente, logo nos primeiros dias de aula, eu já sabia quem seria a minha louca paixão para aquele ano letivo.
Não que eu fosse dado a paixões efêmeras ou insignificantes, aliás, muito pelo contrário. Costumava me dedicar fielmente aos meus romances colegiais, que ora me rendiam boas notas e ora me rendiam dores profundas. Na quinta série não seria diferente. Era a minha sina.
Nessa espera aflita, enquanto devorava meu lanche em meio aos meninos da sexta e sétima série, comecei a me lembrar das minhas paixões recém antigas.
Acho que foi na quarta série que descobri minha queda por mulheres mais velhas. Era Ana Lúcia o seu nome. E que lindo nome! Combinava com seus olhos amendoados que ficavam atrás de um óculos de grau fraco.
Ela chegava todos os dias pontualmente às sete e quinze na sala de aula, abria seu livro encapado, dava uma olhada rápida por cima da cabeça dos alunos e fazia a chamada. Chamava nome a nome.
Embora eu fosse um dos últimos da lista, ainda tinha a sorte (ou o azar) de ter mais dois alunos com o mesmo nome. Assim podia ouví-la pronunciar meu nome por três vezes seguidas. Soava como melodia aos meus ouvidos. Muitas das vezes, fingia estar distraído, só pra ouví-la chamar por mim lá da frente da sala. Por causa disso, minha mãe foi chamada à escola para falar sobre o meu pequeno déficit de atenção que eu, desatento, preferia chamar de amor.
Na terceira série, já no primeiro dia de aula, pude reconhecê-la dos meus sonhos. Ela era linda, meiga e, se é possível dizer, aos 8 anos já se mostrava uma fêmea atraente. Tinha os cabelos cacheados, olhos arredondados, mãos miúdas e unhas sempre aparadas. Era caprichosa e vaidosa. Suas canetas levavam seu nome e eram tantas as cores, que seu caderno parecia um arco-íris despontando no céu azul... desses que saem para ver o dia após uma forte chuva de verão.
A aproximação foi fácil, já que eu tinha dificuldades com matemática e ela era a melhor da classe... Difícil foi o fim do nosso relacionamento que se findou quando um garoto brutamontes da quinta série resolveu aparecer nos intervalos do primário para dilacerar meu coração.
Já na segunda série estive completamente louco por... Como era mesmo o nome dela?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Idéias

Um dia um sábio moderno (que provavelmente era bem sucedido) disse:

“Dinheiro não cria idéias. Idéias é que criam dinheiro.”

Foi então que percebi que ando sem idéias.
:-S