Sobrevoava a copa das árvores nas manhãs frias da cidade quente. O céu sempre estava claro, mas lá de cima punha-se a observar os tons de verde que ficavam aqui no chão.
Eram verdes claros, escuros, musgos, esmeraldas, desbotados, olivas. Verdes verdes, verdes maduros, bandeira e limão.
A vida seguia assim, aparentemente dentro da normalidade da paz que pairava no céu. Enquanto voava com o vento pensou que viver não é tom, nem dom...viver é sorte.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Saudade
Sentia que alguma coisa ali dentro estava diferente. Uma sensação de faltar ar, de faltar sim e faltar não, de faltar algum, faltar alguém, falta de nós.
Era como terço sem reza, vela acesa sem clarão ou anéis de metal sem os dedos da mão. Era lousa sem giz, adeus sem partida, quase viagem sem despedida.
Ali dentro era vazio, era eco, era vácuo, era escuro, era nada, era tudo... Assim como brasa sem cinza, anil sem cor, banho sem vapor e louca paixão sem ardor. Era giro sem mundo, poço sem fundo, canção em um segundo.
Naquele instante nada fazia sentido, faltavam sussurros ao pé do ouvido, poesia que fala de amor doído. Sentia-se como um livro sem fim, praia sem maresia ou flores secas num jardim. O tempo passava como um relógio sem ponteiro, missas de joelho, neblina e nevoeiro.
Fusco, põe-se a pensar e deu-se conta que chamava de saudade essa dor de não se ter metade, dia de sol que num instante vira tempestade, é abraço que não chega e deixa vontade.
É saudade. Assim, sem rima, sem fim se você insiste em ficar longe de mim.
Era como terço sem reza, vela acesa sem clarão ou anéis de metal sem os dedos da mão. Era lousa sem giz, adeus sem partida, quase viagem sem despedida.
Ali dentro era vazio, era eco, era vácuo, era escuro, era nada, era tudo... Assim como brasa sem cinza, anil sem cor, banho sem vapor e louca paixão sem ardor. Era giro sem mundo, poço sem fundo, canção em um segundo.
Naquele instante nada fazia sentido, faltavam sussurros ao pé do ouvido, poesia que fala de amor doído. Sentia-se como um livro sem fim, praia sem maresia ou flores secas num jardim. O tempo passava como um relógio sem ponteiro, missas de joelho, neblina e nevoeiro.
Fusco, põe-se a pensar e deu-se conta que chamava de saudade essa dor de não se ter metade, dia de sol que num instante vira tempestade, é abraço que não chega e deixa vontade.
É saudade. Assim, sem rima, sem fim se você insiste em ficar longe de mim.
domingo, 4 de abril de 2010
Festança
O dia amanheceu onde não anoitece jamais, o clarão de um sol ímpar despontou entre as folhas de laranjeira que perfumavam a brisa leve e doce daquela pequena vereda. De repente tudo despertou para a ocasião. Era dia de festa, dia de alegria, dia de laurear a princesa daquele reinado.
Como era de costume para anunciar grandes celebrações, rompeu-se o horizonte azul um som de trombetas tocadas por arcanjos e querubins. Fez-se do silêncio sereno música pro céu dançar.
Colheram flores, enfeitaram com laços e fitas, levantaram as arandelas e estenderam as toalhas de renda. Os doces foram para o fogo, as crianças para a ciranda e as fadas se espalharam pelo ar... brilhavam feito faíscas vindas de um coração apaixonado a resignar.
Na entrada do reino bordaram um faixa com seu nome e fizeram-lhe um bordão. Ela tinha a beleza no nome, nos olhos e no coração. Era tão bela que as flores se inspiravam nela para perfumar. As borboletas, cintilantes e anis voavam sobre seus cabelos lisos a pentear... Nos olhos um brilho intenso, uma luz sem fim... ah, aqueles olhos de deixar saudade, de fazer chorar...
A bela princesa que dançava sua festa pelo salão, rodava o vestido e descalça tocava o chão. Era dia de felicidade, de celebração. O céu inteiro parou para olhar aquela menina girar, que girando semeava bênçãos com as mãos. Mais um ano e o céu agradeceu por tamanha dádiva, por tão linda criação.
Como era de costume para anunciar grandes celebrações, rompeu-se o horizonte azul um som de trombetas tocadas por arcanjos e querubins. Fez-se do silêncio sereno música pro céu dançar.
Colheram flores, enfeitaram com laços e fitas, levantaram as arandelas e estenderam as toalhas de renda. Os doces foram para o fogo, as crianças para a ciranda e as fadas se espalharam pelo ar... brilhavam feito faíscas vindas de um coração apaixonado a resignar.
Na entrada do reino bordaram um faixa com seu nome e fizeram-lhe um bordão. Ela tinha a beleza no nome, nos olhos e no coração. Era tão bela que as flores se inspiravam nela para perfumar. As borboletas, cintilantes e anis voavam sobre seus cabelos lisos a pentear... Nos olhos um brilho intenso, uma luz sem fim... ah, aqueles olhos de deixar saudade, de fazer chorar...
A bela princesa que dançava sua festa pelo salão, rodava o vestido e descalça tocava o chão. Era dia de felicidade, de celebração. O céu inteiro parou para olhar aquela menina girar, que girando semeava bênçãos com as mãos. Mais um ano e o céu agradeceu por tamanha dádiva, por tão linda criação.
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