domingo, 4 de abril de 2010

Festança

O dia amanheceu onde não anoitece jamais, o clarão de um sol ímpar despontou entre as folhas de laranjeira que perfumavam a brisa leve e doce daquela pequena vereda. De repente tudo despertou para a ocasião. Era dia de festa, dia de alegria, dia de laurear a princesa daquele reinado.
Como era de costume para anunciar grandes celebrações, rompeu-se o horizonte azul um som de trombetas tocadas por arcanjos e querubins. Fez-se do silêncio sereno música pro céu dançar.
Colheram flores, enfeitaram com laços e fitas, levantaram as arandelas e estenderam as toalhas de renda. Os doces foram para o fogo, as crianças para a ciranda e as fadas se espalharam pelo ar... brilhavam feito faíscas vindas de um coração apaixonado a resignar.
Na entrada do reino bordaram um faixa com seu nome e fizeram-lhe um bordão. Ela tinha a beleza no nome, nos olhos e no coração. Era tão bela que as flores se inspiravam nela para perfumar. As borboletas, cintilantes e anis voavam sobre seus cabelos lisos a pentear... Nos olhos um brilho intenso, uma luz sem fim... ah, aqueles olhos de deixar saudade, de fazer chorar...
A bela princesa que dançava sua festa pelo salão, rodava o vestido e descalça tocava o chão. Era dia de felicidade, de celebração. O céu inteiro parou para olhar aquela menina girar, que girando semeava bênçãos com as mãos. Mais um ano e o céu agradeceu por tamanha dádiva, por tão linda criação.

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